O índice que mede a confiança do
empresário industrial gaúcho, denominado de ICEI-RS, mantém-se positivo, e
atingiu o maio patamar para um primeiro trimestre desde que a pesquisa foi
iniciada em 2001. A pesquisa procura captar dos empresários os sentimentos
relativos à economia brasileira e à sua empresa. Nesse caso, o índice revela que
a confiança na manutenção de um cenário nacional positivo para o ano de 2008
continua elevada.
Apesar disso, o resultado do primeiro
trimestre de 2008 demonstra menor confiança do que a captada na pesquisa do
último trimestre do ano passado. De um total de 0 a 100 pontos, a confiança
caiu de 62 para 60 pontos. Porém, é importante lembrar que é normal o indicador
nesse período situar-se abaixo daquele que mede a confiança no final do ano. De
fato, o indicador manteve-se acima da linha divisória dos 50 pontos, e isto
sugere que os empresários ainda permanecem otimistas em relação à evolução
futura de seus negócios.
Nos dados segmentados por porte da
empresa, micro, pequena e média, vale ressaltar, que a confiança caiu, para os
três grupos pesquisados. Porém, a exemplo do que ocorreu em pesquisas
anteriores, os resultados que medem a confiança das empresas de grande porte mostraram-se
mais positivos que os demais, e alcançou um total de 63,4 pontos. Já os
indicadores referentes às médias e pequenas empresas situaram-se em 57,6 e 58,6
pontos, abaixo da média total. De qualquer forma, os valores alcançados são os
maiores registrados para todos os portes de empresas pesquisados desde 2002
para o primeiro trimestre.
A elevada confiança dos empresários
industriais revela que a atividade no
setor segue aquecida, reflexo do bom desempenho da economia no cenário nacional
e sugere a continuidade do atual ciclo de expansão da indústria. Vale
ressaltar, que a pesquisa foi realizada entre 31 de março e 16 de abril e,
portanto, não reflete a avaliação dos empresários após o aumento da taxa de
juros básica em 0,5 ponto percentual no dia 16 de abril.
A confiança segue pautada muito mais pelo
sentimento em relação ao futuro no que os resultados ocorridos no momento
presente. De fato, no que se refere a seus dois componentes, o valor obtido
pelo ICEI-RS deveu-se, principalmente, ao Índice de Expectativas para os
próximos seis meses que alcançou 63 pontos no mês, o mais alto desde o primeiro
trimestre de 2003. Essa percepção dos empresários é mais intensa quanto ao
desempenho de suas empresas cujo indicador atingiu 66 pontos repercutindo a
parcela expressiva (61,4%) de empresários que se mostraram confiantes. No que
se refere às expectativas sobre a economia brasileira, o índice específico
atingiu 57 pontos, que indica otimismo, e refletiu a proporção de 34,9% das
empresas que se mostraram confiantes. O segmento de empresários que avaliaram
como ruim as expectativas para a economia brasileira e para as suas empresas,
nos próximos seis meses, foram, respectivamente, de 10,8% e 7,2%.
O Indicador de Condições Atuais, outro
componente do ICEI-RS, registrou 56,9 pontos no primeiro trimestre, quinto
trimestre seguido acima da linha divisória dos 50 pontos. Este é o maior nível
da série histórica, o que representa que em nenhum outro momento pesquisado
(desde 2001) as condições para esse período foram tão favoráveis quanto às de
2008. Esse comportamento é impactado de forma mais intensa pelo sentimento em
relação à economia brasileira cujo indicador específico atingiu 56 pontos,
nível histórico. Esse resultado derivou do diferencial entre a proporção dos
empresários que afirmaram que as condições melhoraram (28,9%) e os que
informaram o contrário (9,6%) na comparação com os seis meses anteriores. O
Indicador de Condições Atuais, exclusivo das empresas, atingiu 54 pontos e é o
maior desde 2005 para um começo de ano. Esta pontuação refletiu os percentuais,
32,5% e 16,9%, de respostas dos empresários que avaliaram as condições atuais
de suas empresas como melhores e piores, respectivamente.
A definição metodológica dos índices de
confiança do empresário permite conclusões interessantes. Esses são indicadores
de antecedência que têm como objetivo antecipar um movimento futuro da
atividade econômica. Em outras palavras, procuram antecipar o comportamento da
produção e diversos outros indicadores. Se os empresários estão confiantes,
espera-se que eles aumentem a produção e o emprego de modo a atender a expectativa
de aumento na demanda.
Portanto,
os resultados do Índice de Confiança do Empresário Industrial do RS refletem um
sentimento de que a conjuntura econômica atual é significativamente melhor do
que a experimentada nos últimos quatro anos, pelo menos. Além disso, as
expectativas apontam claramente para a continuidade do processo de crescimento
da atividade industrial no Estado.
Publicado no Informe Econômico de 05/05/2008
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