segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Confiança em alta na economia brasileira

O índice que mede a confiança do empresário industrial gaúcho, denominado de ICEI-RS, mantém-se positivo, e atingiu o maio patamar para um primeiro trimestre desde que a pesquisa foi iniciada em 2001. A pesquisa procura captar dos empresários os sentimentos relativos à economia brasileira e à sua empresa. Nesse caso, o índice revela que a confiança na manutenção de um cenário nacional positivo para o ano de 2008 continua elevada.
Apesar disso, o resultado do primeiro trimestre de 2008 demonstra menor confiança do que a captada na pesquisa do último trimestre do ano passado. De um total de 0 a 100 pontos, a confiança caiu de 62 para 60 pontos. Porém, é importante lembrar que é normal o indicador nesse período situar-se abaixo daquele que mede a confiança no final do ano. De fato, o indicador manteve-se acima da linha divisória dos 50 pontos, e isto sugere que os empresários ainda permanecem otimistas em relação à evolução futura de seus negócios.

Nos dados segmentados por porte da empresa, micro, pequena e média, vale ressaltar, que a confiança caiu, para os três grupos pesquisados. Porém, a exemplo do que ocorreu em pesquisas anteriores, os resultados que medem a confiança das empresas de grande porte mostraram-se mais positivos que os demais, e alcançou um total de 63,4 pontos. Já os indicadores referentes às médias e pequenas empresas situaram-se em 57,6 e 58,6 pontos, abaixo da média total. De qualquer forma, os valores alcançados são os maiores registrados para todos os portes de empresas pesquisados desde 2002 para o primeiro trimestre.
A elevada confiança dos empresários industriais revela que a atividade  no setor segue aquecida, reflexo do bom desempenho da economia no cenário nacional e sugere a continuidade do atual ciclo de expansão da indústria. Vale ressaltar, que a pesquisa foi realizada entre 31 de março e 16 de abril e, portanto, não reflete a avaliação dos empresários após o aumento da taxa de juros básica em 0,5 ponto percentual no dia 16 de abril.
A confiança segue pautada muito mais pelo sentimento em relação ao futuro no que os resultados ocorridos no momento presente. De fato, no que se refere a seus dois componentes, o valor obtido pelo ICEI-RS deveu-se, principalmente, ao Índice de Expectativas para os próximos seis meses que alcançou 63 pontos no mês, o mais alto desde o primeiro trimestre de 2003. Essa percepção dos empresários é mais intensa quanto ao desempenho de suas empresas cujo indicador atingiu 66 pontos repercutindo a parcela expressiva (61,4%) de empresários que se mostraram confiantes. No que se refere às expectativas sobre a economia brasileira, o índice específico atingiu 57 pontos, que indica otimismo, e refletiu a proporção de 34,9% das empresas que se mostraram confiantes. O segmento de empresários que avaliaram como ruim as expectativas para a economia brasileira e para as suas empresas, nos próximos seis meses, foram, respectivamente, de 10,8% e 7,2%.
O Indicador de Condições Atuais, outro componente do ICEI-RS, registrou 56,9 pontos no primeiro trimestre, quinto trimestre seguido acima da linha divisória dos 50 pontos. Este é o maior nível da série histórica, o que representa que em nenhum outro momento pesquisado (desde 2001) as condições para esse período foram tão favoráveis quanto às de 2008. Esse comportamento é impactado de forma mais intensa pelo sentimento em relação à economia brasileira cujo indicador específico atingiu 56 pontos, nível histórico. Esse resultado derivou do diferencial entre a proporção dos empresários que afirmaram que as condições melhoraram (28,9%) e os que informaram o contrário (9,6%) na comparação com os seis meses anteriores. O Indicador de Condições Atuais, exclusivo das empresas, atingiu 54 pontos e é o maior desde 2005 para um começo de ano. Esta pontuação refletiu os percentuais, 32,5% e 16,9%, de respostas dos empresários que avaliaram as condições atuais de suas empresas como melhores e piores, respectivamente.   
A definição metodológica dos índices de confiança do empresário permite conclusões interessantes. Esses são indicadores de antecedência que têm como objetivo antecipar um movimento futuro da atividade econômica. Em outras palavras, procuram antecipar o comportamento da produção e diversos outros indicadores. Se os empresários estão confiantes, espera-se que eles aumentem a produção e o emprego de modo a atender a expectativa de aumento na demanda. 
Portanto, os resultados do Índice de Confiança do Empresário Industrial do RS refletem um sentimento de que a conjuntura econômica atual é significativamente melhor do que a experimentada nos últimos quatro anos, pelo menos. Além disso, as expectativas apontam claramente para a continuidade do processo de crescimento da atividade industrial no Estado.

Publicado no Informe Econômico de 05/05/2008

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