sábado, 26 de julho de 2014
A Trilogia da Política Monetária
Os apreciadores de cinema sempre irão citar as trilogias que marcaram história. E, no futuro, os economistas lembrarão o FED - Banco Central dos EUA, e de seu atual presidente, como os protagonistas de uma trilogia que tenha sido essencial para evitar, no primeiro ato, o pior da crise; no segundo, a estabilização do sistema financeiro e a retomada da confiança; e, no terceiro, o estímulo para que a economia voltasse a crescer. O termo é uma alusão as três principais ações de Política Monetária que o FED usou desde o final de 2008: o QE1—Quantitative Easing 1 (dez/2008 a março/2010), o QE2 (Nov/2010 a junho/2011) e o QE3, esse iniciado em setembro de 2012 e ainda nos cinemas. Cada um com desenho específico, mas que foram, para a história econômica e financeira internacional, fundamentais para se evitar o pior. No dia 18 de dezembro último, o FED anunciou que a compra de ativos seria de US$ 10 bilhões a menos, reforçando a percepção de que a economia americana trilha a recuperação. Não substancial o suficiente para justificar maior ousadia, mas sutil para configurar o início do fim do terceiro ato. E daqui para frente? A decisão veio com um alerta: avaliações posteriores irão sustentar ou não novas reduções. Há meses que a dúvida pairava sobre o momento e a magnitude do corte. Agora que esse momento chegou, a incerteza recai sobre a magnitude. Se a economia continuar como está, as intervenções ficam em US$ 75 bilhões. Se melhorar, o ritmo pode ser menor e vice-versa. O terceiro ato está programado para acabar, mas não se sabe quanto tempo ainda dura e isso gera ansiedade nos telespectadores, com consequências para volatilidade nos ativos financeiros. Certamente, ao deixar a presidência do FED, Ben Bernanke deve estar pensando que, como toda boa história é composta de uma trilogia, seria um sucesso de bilheteria encerrar a política monetária pós crise de 2007 com esses três atos. O primeiro semestre de 2014 nos dirá isso.
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