terça-feira, 12 de agosto de 2014

Estamos em recessão!

          Que a atividade econômica no Brasil está mais baixa, o mercado de trabalho não evolui da forma generosa que anteriormente, quando as estatísticas se beneficiaram do processo de formalização do emprego, e que os níveis de confiança de consumidores e empresários estão lá em baixo, tal qual os investimentos, não é novidade para analistas, desde que não estejam institucionalmente comprometidos. Nesse caso, qual seria a dificuldade em afirmar que estamos em recessão?
                Talvez por ser ano eleitoral e isso soar como um discurso oportunista. Ou então porque, como é a crença popular, a recessão só é configurada quando se tem dois trimestres consecutivos de queda no PIB. Ou ainda, porque não juntamos a peça do quebra-cabeça de economia. Arrisco afirmar que é um pouco de tudo isso. Alguns analistas preferem não tocar no termo, que tem o poder de gerar mais expectativa negativa. Outros porque acreditam mesmo nessa crença popular e talvez emitam opinião apenas depois que o Papai Noel deixar os presentes na lareira. Me encaixo no terceiro grupo e me redimo com o leitor nesse momento, após ter completado a junção de peças.

O Brasil "Estado"

            A dificuldade que temos para crescer de forma continuada e estável está relacionada à baixa produtividade da economia. Em alguns setores essa deficiência se manifesta de forma mais cruel, como é o caso do setor industrial, muito exposto à concorrência externa. Mas também podemos ver diversas outras ineficiências e que impactam desde a empresa que nos atende no estacionamento, nos serviços de restaurante e até nas transações na internet. O que não faltam são exemplos  de baixa produtividade, em especial do fator mão-de-obra.
Na maioria das vezes podemos superar as dificuldades com uma educação mais rígida e a imposição de meritocracia. Mas, por maior que seja o esforço do lado de cá, iremos esbarrar em um muro que consome recursos e energia e, pelo visto, tende a piorar com o tempo. Falo exatamente da enorme presença do Estado nas nossas vidas.
                Os números assustam, mesmo que essa análise seja ponderada pelo aspecto cultural, onde a todo momento se vê demanda por algo gratuito e fornecido pelo Estado.  Parece que o Brasileiro quer sempre o Estado. Algo interessante e ambíguo com a declaração de que não se quer pagar imposto. Vamos aos dados.