Que a
atividade econômica no Brasil está mais baixa, o mercado de trabalho não evolui
da forma generosa que anteriormente, quando as estatísticas se beneficiaram do
processo de formalização do emprego, e que os níveis de confiança de
consumidores e empresários estão lá em baixo, tal qual os investimentos, não é
novidade para analistas, desde que não estejam institucionalmente
comprometidos. Nesse caso, qual seria a dificuldade em afirmar que estamos em
recessão?
Talvez por ser ano eleitoral e
isso soar como um discurso oportunista. Ou então porque, como é a crença
popular, a recessão só é configurada quando se tem dois trimestres consecutivos
de queda no PIB. Ou ainda, porque não juntamos a peça do quebra-cabeça de
economia. Arrisco afirmar que é um pouco de tudo isso. Alguns analistas
preferem não tocar no termo, que tem o poder de gerar mais expectativa
negativa. Outros porque acreditam mesmo nessa crença popular e
talvez emitam opinião apenas depois que o Papai Noel deixar os presentes na
lareira. Me encaixo no terceiro grupo e me redimo com o leitor nesse momento,
após ter completado a junção de peças.